Podcast, locução, efeitos e trilhas sonoras. Seu projeto de e-Learning não seria o mesmo sem eles. Quais os custos de não se ter áudio no EAD e o que se ganha com eles?
Não precisa ir muito longe para respondermos algumas questões propostas no olho deste post. Coloque naquele seu seriado favorito, ou jogue um game no Play4 sem áudio para perceber em questão de segundos: está faltando alguma coisa. Pode ser até que você desligue e nem queira mais jogar aquele seu game favorito, pois o áudio é tão essencial para o fator imersão e emoção, que a falta deste estímulo muitas vezes é a responsável pelo menor engajamento de quem busca um conteúdo.
E quando falamos de projetos educacionais, há de se ter um cuidado ainda maior com este valioso recurso midiático. Porquê? Um dos grandes desafios de designers educacionais e coordenadores de educação corporativa é evitar a evasão on-line e levar um conteúdo que seja facilitado pelas mídias, seja ela visual ou sonora. O áudio é um daqueles recursos “invisíveis” que geram um efeito “visível”: traz emoção ao conteúdo, trazendo novas tonalidades de sensações à quem assiste. Para isso, vamos refletir nos recursos de áudio por tipos, para que você perceba o poder de cada elemento de áudio em uma peça de Educação On-line.
Locução
Este é um dos recursos mais famosos e aclamados nos cursos on-line. Muitos projetos de e-Learning contam com locutores masculinos e femininos para deixar o conteúdo mais interessante, sobretudo quando possui algum recurso de storytelling (com narração de estórias). Alguns pontos relevantes em nossa experiência com locução que valem ser tratados neste post. O primeiro deles, obviamente, é a qualidade de voz do locutor e a aderência ao seu storytelling. Se o projeto for em “off”, torna-se mais importante verificar se a voz do locutor dialoga com o público-alvo. Certa vez, solicitaram que eu fizesse ajustes em um curso on-line e notei que o estilo de locução que foi utilizado no projeto lembrava os queridos locutores da Jovem Pan que dizem “Qual horário: 6:35. Repita: 6:35”, num estilo muito anos 70 e em uma velocidade de fala que realmente causava sonolência. Em segundo lugar, munir o locutor com o máximo de informações sobre o projeto, o público final e apresentando esboços do curso para o locutor pode ajudar em muito ele “acertar o ritmo”.
Efeitos sonoros
Recurso subestimado nos projetos de e-Learning, os efeitos sonoros podem e devem ser mais explorados. Primeiro, eles servem de sinalizadores naturais das ações dos usuários no curso on-line. Um único efeito de clique em um botão Avançar, ou um efeito que demonstre erro ou acerto ativam no nosso cérebro um comportamento de tentar acertar ou evitar o fracasso. Quando tratamos de storytelling, aí as possibilidades aumentam. Há efeitos de som ambiente, animais, pessoas, coisas que podem ser explorados para tornar a estória mais real e trazer maior imersão.
Trilhas sonoras
Outro elemento muito empregado em projetos de e-Learning, principalmente por você conseguir colocar na página-mestre dos conteúdos e torná-los abrangente na exposição do conteúdo, a trilha se encarrega de gerar emoção em determinados momentos do curso. Irá iniciar uma atividade de fixação? Coloque uma trilha que inspire desafio. É uma atividade cronometrada? Coloque uma trilha que traga elementos de tempo. É um conteúdo que trata de mudança comportamental? Uma trilha que gere reflexão pode ampliar o desejo por este novo comportamento. Variar a trilha no decorrer do projeto também é essencial para manter a atenção do aluno. Cuide apenas de o volume não atrapalhar o usuário e de fornecer controles para que ele desligue a trilha quando não quiser mantê-la ativa em momentos de maior profundidade do conteúdo.
Podcast
As estórias narradas com efeitos sonoros e trilhas têm se tornado um importante instrumento educacional. Basta olhar para uma experiência que deu muito certo: a fusão do rádio e da internet. Quantos de nós trabalhamos nos computadores enquanto escutamos rádios de notícias ou de músicas? Elas não competem, pelo contrário, muitas vezes se complementam. Aprender enquanto trabalha pode ser divertido com podcasts, principalmente porque neste formato é possível trabalhar com humor, drama, terror, aventura, enfim, uma infinidade de composição de gêneros que realmente prendem a nossa atenção. Lembre-se que, apesar de não ser regra, podemos ter podcasts com abertura, encerramento e a trilha musical de fundo.
E a pergunta que fizemos no início: quais os custos de não se ter áudio no EAD e o que se ganha com eles? Bom, o custo de implementação é baixo se considerarmos o principal resultado: motivação e maior atenção ao conteúdo. É claro que há situações que não permitem a utilização (exemplo: restrição tecnológica) mas quando este componente não é impeditivo, mesmo que haja um pequeno custo envolvido na sua inserção, não deixe de utilizar áudio nos seus projetos de e-Learning. O engajamento dos seus alunos dependerá muito deste recurso!
Até o próximo artigo!