Um dos primeiros itens, ao iniciar um projeto EaD, é identificar seu público-alvo, para quem estamos desenvolvendo aquele curso. Ter essa persona bem identificada é essencial para o desenvolvimento de todas as outras etapas. Um recurso que temos para realizar de maneira assertiva é o uso do mapa de empatia. Você já usou?
O que é mapa de empatia?
O mapa da empatia é uma ferramenta para identificar informações e visualizar os conhecimentos sobre uma persona de forma colaborativa, com a finalidade de haver um entendimento comum das necessidades do aluno e auxiliar na tomada de decisões. O mapa pode ser elaborado usando lápis e papel, post–its, ou até um software gráfico, tendo em vista que não existe um material obrigatório. O importante é conhecer profundamente o aluno e colocar-se no lugar dele, experimentando sua visão dentro do projeto solicitado pelo cliente. O mapa de empatia tem como foco as pessoas e suas motivações.
Como o Designer Instrucional pode utilizar esse mapa?
Uma frase bem popular é “o mundo precisa de mais empatia”, então como DI, pratique a empatia com o aluno que você está desenvolvendo o curso. O uso dessa ferramenta permite diversos benefícios, visto que permite entender e priorizar as necessidades do aluno. Durante o processo de mapeamento, fica mais clara a organização dos sentimentos desse aluno, é possível entender falhas no entendimento dessa persona no cenário atual, permitindo verificar quais são os tipos de soluções necessárias para resolver essa questão. Além de criar umas personas por meio do alinhamento e agrupamento de mapas da empatia individuais, é possível identificar como são vistos os alunos para os demais times da empresa, gerando um alinhamento geral.
O que é persona?
A representação do aluno ideal é conhecida como Persona. Ao identificar o seu público-alvo, pode haver mais de uma Persona, sendo identificada uma persona primária e secundária. Cada persona será a representação imaginária dos seus alunos.
Quais as vantagens de usar o mapa de empatia?
Com as personas definidas, o mapa de empatia permite aprofundar mais a análise desse aluno e elaborar um curso assertivo para obter alta performance nos resultados. Com o uso do mapa de empatia, fica exposto com precisão o que esse aluno pensa e sente, como percebe o mundo, quais são suas dores e necessidades para ser assertivo com o objeto do curso esperado pelo cliente.
De forma visual, todos os envolvidos no projeto podem, em um brainstorming, mapear esse perfil de aluno e estruturar um curso ou uma trilha de aprendizagem. Essa ferramenta participa do processo de design thinking, da compreensão inicial das necessidades do aluno no escopo do projeto, para uma entrega de valor muito mais garantida, com base na experiência real do aluno.
Como criar um mapa de empatia?
Um mapa da empatia é dividido, na parte de cima, basicamente em quatro quadrantes de perguntas relacionadas ao aluno:
- O que pensa e sente? | O que escuta? | O que fala e faz? | O que vê?
No meio do quadrante, devemos colocar o aluno que está sendo analisado.
E na parte de baixo:
- Quais são as dores dele? | Quais são as necessidades dele?
Diante dessas questões principais, é preciso realizar perguntas secundárias:
- O que pensa e sente?
- Qual é o estado emocional do aluno durante sua interação com a interface do curso? Quando se sente frustrado? Ou realizado?
Procure responder, usando um adjetivo seguido de uma frase curta, como no exemplo:
- Inquieto: Mexe as pernas com bastante frequência;
- Disperso: Não consegue se concentrar no vídeo;
- Indeciso: Não consegue responder objetivamente.
E sobre o pensar, precisamos responder perguntas como:
- Quais as suas preocupações?
- Quais são suas expectativas de aprendizado?
- O que escuta?
Pensar no que o seu aluno escuta é fundamental para mapear suas percepções. Mapear o que ouve não é somente no sentido sonoro, de músicas ou conversas, mas também nas influências que recebe de fontes diversas para criar podcasts ou mesmo vídeos mais ou menos interativos.
Procure responder perguntas como:
- O que escuta outras pessoas dizerem?
- Quais pessoas e ideias influenciam o aluno?
- Quem são seus ídolos?
- Qual produto de comunicação consome?
- O que fala?
Aquilo que é verbalizado durante uma entrevista ou um teste de usabilidade. Inserir nesse quadrante as informações que foram ditas em voz alta pelo aluno, para entender o que sua persona fala e faz. Tente responder a perguntas como:
- Sobre o que o aluno costuma falar?
- Suas impressões sobre o curso ou a plataforma: como age?
- Quais seus hobbies?
- O que vê?
Identifique a visão de mundo da persona; imagine se enxergar com os olhos do aluno. Tente responder a perguntas como:
- Como é o mundo em que o aluno vive?
- O que é mais comum no seu cotidiano?
- O que vê no ambiente ao redor?
- O que ele vê os outros dizendo e fazendo?
- O que tem assistido e lido?
- Qual rede social acessa?
- Quais suas dores?
Refletir sobre as dúvidas e dificuldades que o aluno precisa superar, para obter os melhores resultados, por meio do curso oferecido. Identificar problemas de organização e incertezas sobre o futuro.
- Quais são seus medos?
- Quais são suas frustrações?
- Que obstáculos precisam ultrapassar para conseguir o que deseja?
- Quais suas necessidades?
Localizar as possibilidades para surpreender seu aluno positivamente, seja um plano de carreira, reconhecimento, meritocracia, pontos que fazem esse aluno manter-se ativo.
- O que é sucesso para o aluno?
- Aonde ele quer chegar?
- O que resolveria os seus problemas?
Conclusão
Com o uso de mapa de empatia, o perfil ideal de aluno será muito mais assertivo no plano instrucional e possivelmente haverá um número menor de evasão.
Para saber mais sobre o mapa de empatia, acesse: https://medium.com/the-xplane-collection/updated-empathy-map-canvas-46df22df3c8a
Tatiana Zacheu Russo
Especialista em Design Educacional | WIRE Edtech Solutions
Linkedin: https://www.linkedin.com/in/tatianazrusso/