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Criatividade no Design Educacional: eu não sou criativo? (parte 1)

 

“O Designer Educacional é um dos principais responsáveis por facilitar e otimizar o aprendizado dos alunos no EAD. Mas transmitir de forma simples algo “complexo é uma tarefa que exige criatividade. E aí vem aquele velho pensamento: será que sou criativo?”

 Imagine a seguinte situação: você está com um briefing para desenvolver uma solução educacional que atenderá alunos dispersos geograficamente em diversos estados do nosso País e uma audiência de aproximadamente 50.000 pessoas. Você poderá utilizar diversos recursos multimídia, tem um orçamento generoso para tocar e uma equipe afinada. Você está diante do slide em branco do PPT ou da folha em branco, e as palavras do sponsor ainda ressoam na sua cabeça: eu quero algo bem original…aí surge a questão: será que sou criativo? Neste artigo, quero compartilhar algumas experiências para você que precisa de inspiração, mas falta-lhe o mais importante: uma ideia.

Muitas vezes, em nossa área de atuação, atribuímos a criatividade aos resultados estéticos e artísticos obtidos pelos webdesigners, ilustradores e outros técnicos de arte. Nestas horas, não nos damos conta que criatividade é o exercício de buscar alternativas para contornar problemas. Compartilho uma vivência pessoal: na oportunidade que tive de trabalhar com uma equipe formada por oito designers educacionais, nos projetos onde eram requeridos aplicações de metáforas e analogias nas narrativas que acompanhavam os cursos on-line em flash, notava que havia colegas com mais facilidade que outros para buscar alternativas criativas nos seus projetos. Os colegas que apresentavam certos “bloqueios mentais” exatamente na fase de levantamento de ideias me lembrava das reuniões que eu tinha na faculdade: sendo a minha formação na área de publicidade e propaganda, tínhamos muitas discussões de Brainstorming (tempestade de idéias) para desenvolver “mirabolantes” campanhas e peças publicitárias. Era comum escutar em plena fase de brainstorming: isto não será possível; está fora do escopo; o cliente não vai gostar. Em suma, alguns colegas não se permitiam imaginar, pensar fora da caixa, inovar…

Nesta época da faculdade, me recordo de uma disciplina que se chamava “Teoria da Criatividade”: nela, o professor estimulava os alunos a se “libertarem” dos bloqueios mentais, para se tornarem pessoas mais inventivas.  Na época, utilizamos um livro recomendado pelo professor chamado “Um Toc na Cuca – técnicas para quem quer ter mais criatividade na vida” (clássico deste assunto). Gostaria de resgatar, neste e nos próximos artigos, algumas dicas desta obra que podem ser úteis para “livrar” alguns colegas da área de EAD dos seus bloqueios criativos. O autor desta obra – Roger von Oech – listou 10 bloqueios mentais. São eles:

Bloqueio Mental nº 1: “A resposta certa”
Bloqueio Mental nº 2: “Isso não tem lógica”
Bloqueio Mental nº 3: “Siga as normas”
Bloqueio Mental nº 4: “Seja prático”
Bloqueio Mental nº 5: “Evite ambiguidades”
Bloqueio Mental nº 6: “É proibido errar”
Bloqueio Mental nº 7: “Brincar é falta de seriedade”
Bloqueio Mental nº 8: “Isso não é da minha área”
Bloqueio Mental nº 9: “Não seja bobo”
Bloqueio Mental nº 10: “Eu não sou criativo”

Vamos começar a descrever nosso artigo “fora da ordem clássica”, para quebrar as regras – afinal, estamos acostumados a criar “sequencias didáticas” – mas, o quanto nossas sequências são motivadoras e respondem as dúvidas essenciais dos alunos que atendemos? Buscarei argumentos para responder a pergunta proposta neste artigo (será que sou criativo?), com base no décimo bloqueio mental citado por Roger.

O autor de “Um Toc na Cuca” cita a situação de uma importante companhia de petróleo que estava preocupada com a falta de “produtividade criativa” dos funcionários do Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento. Roger cita que a empresa contratou uma equipe de psicólogos para descobrir o que diferenciava o pessoal criativo dos outros. Depois de três meses de pesquisa, estudando diversas variáveis dos entrevistados (onde as pessoas foram criadas, cor predileta, etc) chegaram a uma conclusão: as pessoas criativas de achavam criativas enquanto as do grupo menos criativo achavam que não eram criativas. O livro descreve ainda algo bastante pertinente desta experiência: quem se achava criativo, sentia-se livre para entrar em estado germinativo e “brincar” com seus conhecimentos (Um Toc na Cuca, pg. 134). Observe algumas dicas interessantes citadas pelo autor desta obra:

Alinhadas a estas ideias, faço as minhas contribuições pessoais:

Fica a dica principal: o primeiro passo para desenvolver soluções criativas nos projetos em que você atua é acreditar que você é criativo. Nos próximos artigos, trarei mais sugestões para que a “ignição” funcione adequadamente no momento que você precisar dar a partida. Combinado? Até lá!

 

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