A inteligência artificial (IA) vem se tornando cada vez mais presente em diversos setores, e a educação corporativa não é exceção. Recentemente, a Anthropic – organização voltada ao desenvolvimento seguro de IA – divulgou uma análise inédita feita com base em milhões de conversas anônimas realizadas no modelo Claude.ai, trazendo informações valiosas sobre onde a IA está sendo aplicada e como isso pode afetar o mundo do trabalho. Embora o relatório completo apresente diversos números, aqui vamos focar naqueles que realmente interessam aos profissionais de Design Instrucional e Treinamento & Desenvolvimento.

IA como parceira no aprendizado

De acordo com os dados da Anthropic, uma parcela significativa das tarefas em que a IA está envolvida não se limita à automação pura e simples. Cerca de 57% dos casos analisados demonstram um uso “complementar” da IA, em que o modelo colabora com o usuário para gerar ideias, revisar conteúdos ou fornecer feedbacks. Para o design instrucional, isso indica oportunidades de criar experiências de aprendizagem mais dinâmicas, onde a IA pode atuar como facilitadora e não apenas como substituta de processos.

Relevância para habilidades e competências

Outro ponto interessante é que o uso de IA aparece com maior frequência em ocupações de média a alta remuneração, como desenvolvimento de software, análise de dados e tarefas de escrita técnica. Esse dado reforça a importância de treinamentos direcionados às competências que envolvem raciocínio analítico, solução de problemas e comunicação avançada. Para designers instrucionais, o desafio é traduzir essas necessidades em cursos que mesclem conteúdos técnicos (para lidar com a IA) e habilidades humanas (como pensamento crítico e criatividade).

Adaptando o Design Instrucional ao Cenário de IA

O relatório mostra também que 36% das ocupações analisadas utilizam IA em pelo menos 25% de suas tarefas, sugerindo que a incorporação da tecnologia já é expressiva e tende a crescer. Isso significa que, no desenvolvimento de cursos online sob demanda, vale a pena:

• Personalizar trilhas de aprendizagem: entender quais tarefas estão sendo impactadas pela IA em cada função ou área.
• Criar módulos curtos e iterativos: favorecer o aprendizado contínuo e a atualização frequente de conteúdos, acompanhando o ritmo da evolução tecnológica.
• Incorporar atividades práticas e colaborativas: aproveitar o potencial de feedback instantâneo que a IA pode oferecer para promover um aprendizado mais engajado.

Conclusão

As descobertas da Anthropic sinalizam que a IA não está apenas automatizando processos, mas transformando a maneira como profissionais trabalham e aprendem. Para o design instrucional, essa realidade abre caminho para estratégias mais flexíveis, personalizadas e, acima de tudo, alinhadas às novas demandas do mercado. Se a IA veio para ficar, cabe a nós — educadores, instrutores e designers — utilizá-la como aliada, garantindo que as equipes corporativas desenvolvam as habilidades certas para navegar em um futuro cada vez mais tecnológico.

Fonte: Anthropic Economic Index – Relatório Oficial (Dados extraídos de conversas anônimas realizadas no Claude.ai.)
Imagem: Freepik

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